
Na
infância, sonhávamos e críamos nos sonhos, nas histórias lidas ou
contadas, nas princesas resgatadas para a vida e o amor, no final feliz e
na
felicidade que viria após cada final. Costumávamos dormir
esperando os lindos sonhos que certamente viriam e eram presságios da
vida real. Dormíamos esperando que os príncipes nos acordassem com
beijos suaves e puros e nos mostrassem as janelas, por onde
fugiríamos para um passeio encantado. Voaríamos, veríamos de cima toda a
cidade adormecida e acreditávamos que cada uma daquelas pessoas
tivesse o seu príncipe, ou a sua princesa e que possivelmente, naquelas
horas silenciosas, cada uma delas estaria embevecida com os seus
próprios sonhos. Deveríamos continuar a sonhar como crianças crendo que,
ao acordarmos dos sonhos encantados, tudo estaria tal qual naquelas
viagens extasiantes e, de certo nossa vida seria arrebatadora e cheia de
arroubos juvenis. Ao amadurecermos perdemos a capacidade de sonhar.
Perdemos todas as certezas, a esperança de uma vida de enlevo e
plenitude. A vida muda, se transforma, porém os sonhos não devem morrer
jamais. São eles que nos mantém vivos e plenos de felicidade. Que ao
adormecermos, possamos encontrar os nossos anjos protetores, pois esses,
sim, são os príncipes de hoje. Nunca nos abandonarão, sempre estarão
ao nosso lado, velando para que tenhamos os doces sonhos de outrora.