sexta-feira, 18 de julho de 2014

Martírios da Alma



Só era perceptível o brilho dos olhos, um brilho que aos poucos se desfez em lágrimas...
Um olhar triste, perdido na distância, através dele, via-se o contorno esfumado de todas as coisas, e os últimos reflexos do entardecer, depois o refúgio na escuridão...
Me era aflitivo abrir os olhos, era custoso de contentar com o que me exigia esforço. Quando o sol se cansa de alvorecer, ele prossegue em outra direção, abrindo espaço para que a noite se construa, enquanto ele avança para outras diretrizes, onde possa chefiar seu próprio rumo.
Vedar os olhos era impedir a interação entre o que está dentro e aquilo que se encontra fora do meu alcance. Seria fechar o meu limite de acesso aos meus desgostos e infortúnios.
Eu decidiria a ocasião apropriada para reabri-los e confrontar de frente os meus martírios e recomeçar a aprender tudo de novo.

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