As dálias que as suas delicadas mãos colhiam
e eu, próxima, extasiada a tudo assistia;
As fadas que em segredo eu cria, porém, nem sequer as via;
naquelas horas, eu, ao menos uma delas, possuía.
Ah! As dálias de cores diversas,
plantadas e colhidas com gestos dadivosos e generosos!
O perfume das angélicas que aos sábados exalava por toda sala de estar,
as mesmas mãos as exibiam!
Ela caminhava por entre as flores, removia a terra, regava-as com a terna exatidão
de quem sabia que lá elas permaneceriam viçosas.
E se multiplicavam colorindo os canteiros com rara beleza.
Suas mãos eram como deveriam ser as de uma verdadeira fada,
leves como sedas.
No jardim, roseiras e outras variedades, embora para a minha memória
de criança, as dálias fossem marcantes, nos canteiros do quintal.
Porém de todas as flores, era ela a mais exuberante e bela.
Simples, quando se misturava à Natureza.
Enigmática, quando ora fada, ora flor, dava-me a certeza,
de que aquela metamorfose seria para incorporar à minha vida,
a possibilidade de ter sabedoria sem nunca perder a inocência.
27.02.2009
27.02.2009
Encantadíssimo! Como pode habitar numa alma tanta sensibilidade!!
ResponderExcluirVocê é um fã meu desde o começo. O tempo passou. Tanta coisa aconteceu. Nunca mais você visitou o meu cantinho mágico.
ExcluirSaudades...
Ser sábio sem perder a inocência,isto é essencialmente utópico mas palpável e digno de desejar.Linda Homenagem!
ResponderExcluirNa poesia tudo é possível, bem sabes meu amigo. Na literatura também.Lincensa poética.rs
ExcluirÉ uma maneira de dizer que ainda que eu amadurecesse, nunca deixaria minha criança interior morrer.
Obrigada por comentar.
Uma profecia: breve, um livro publicado.
ResponderExcluirViajei...fui até seu quintal.
ResponderExcluirViajei...fui até seu quintal.
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